30 anos sem Ayrton Senna

Em 2024, Ayrton Senna da Silva completaria 64 anos, mas de maneira triste e inesperada nos deixou aos 34. Trinta anos se passaram desde o acidente que tirou sua vida, o 1 de maio de 1994 agora recebia outro significado.

Essa data tornou-se um marco na história, o dia em que nos despedíamos de um dos maiores ícones do automobilismo de todos os tempos. O mundo inteiro via a cabeça de Senna inclinar-se para o lado após a batida e chorou naquele dia.

Mesmo já não estando entre nós, Ayrton Senna, ainda assim, continua vivo e presente nos corações e nas pistas de Fórmula 1, inspirando novas gerações de pilotos e fãs ao redor do mundo.


De São Paulo ao topo do mundo, Senna conquistou três títulos de campeão mundial, disputou 161 grandes prêmios na Fórmula 1, onde alcançou 80 pódios, 65 poles e 41 vitórias. No entanto, sua verdadeira grandeza está além dos números. 

Com seu estilo de pilotagem único, Senna era o piloto que mais demorava a retirar o pé do acelerador e frear nas manobras mais complexas. Considerado um gênio em pista e o “Rei da chuva”, Ayrton pilotava como ninguém jamais pilotou.

Reprodução: piximus

E o que conquistou o coração das pessoas em todo o mundo não foi apenas o seu jeito de pilotagem, mas sim, seu lado humano e carismático conquistava a todos. 

Sua dedicação e preocupações às causas sociais, o projeto “Senninha”, a vontade de fazer a mudança acontecer e sempre ajudando todos que podia, fazem grande parte de seu legado.

Um exemplo disso ocorreu em 1992, na Bélgica, onde Ayrton abandonou a corrida e seu carro no meio da pista para salvar a vida do piloto Érik Comas, que estava desacordado e com o pé no acelerador após batida violenta contra o muro.

Momento que Ayrton Senna ajuda Érik Comas, após o acidente do piloto em 1992 na Bélgica

Trinta anos se passaram desde um dos finais de semana mais sombrios e tristes do automobilismo mundial, onde Ayrton Senna perdia o controle de sua Williams e fazia uma última corrida.

O GP de San Marino de 1994 começou tenso, com o acidente do piloto brasileiro Rubens Barrichello na sexta-feira (29), e a morte de Roland Ratzenberger no sábado (30).

A 14ª edição da prova no circuito ficou marcada para sempre como um dos dois únicos finais de semana de corridas em que morreram dois pilotos.

Acidente de Rubens Barrichello no treino classificatório de sexta-feira do GP de San Marino de 1994. Imagem: Anton Want/Allsport

Um dia antes do acidente que tirou a vida de Senna, durante a classificação para a corrida em Ímola, Roland Ratzenberger entrou rápido demais em uma das curvas.

O piloto perdeu o controle do carro e atingiu o muro em alta velocidade, registrando a batida mais forte da história da categoria, alcançando 314 km/h. 

Infelizmente, o piloto veio a falecer em decorrência dos ferimentos. A morte do piloto também completou trinta anos nesta terça-feira (30).

0Roland Ratzenberger no cockpit da Simtek, em 30 de abril de 1994. Imagem: Divulgação/Fórmula 1
Momentos após a batida de Roland Ratzenberger na parede de contenção em Ímola, 1994

A outra ocasião envolvendo a morte de dois pilotos foi no GP da Bélgica em 1960, quando Chris Bristow e Alan Stacey sofreram acidentes fatais durante a corrida e outras duas graves batidas aconteceram nos treinos, ferindo Stirling Moss e Mike Taylor, no mesmo grande prêmio.

Largada do GP da Bélgica de 196


O dia que o Brasil nunca esqueceu

O clima no paddock da Fórmula 1 era pesado, todos sabiam que aquele circuito não seria fácil de encarar. Ayrton havia visto o acidente de Ratzenberger no dia anterior direto dos boxes da Williams, isso foi algo que mexeu muito com o piloto.

Naquele dia, vimos um Senna que jamais havíamos visto, alguém quieto, recluso e fechado. O piloto havia escolhido o silêncio como uma forma de protesto sobre a segurança dos pilotos. Senna acreditava que os pilotos deveriam se unir e pedir por mais segurança em pista.

Mesmo pensativo, Senna não desistiu da corrida, entrou no carro, iniciou o GP e infelizmente nunca mais saiu.

Ayrton Senna é fotografado antes do GP de Ímola em 1994 Imagem: AFP PHOTO/JEAN-LOUP GAUTREAU

O tricampeão mundial completava sua sétima volta e pisava fundo em sexta marcha, alcançando 307 km/h. Ao se aproximar da curva e virar o volante para a esquerda, o piloto brasileiro percebeu que não tinha mais controle de seu carro.

Ayrton pisou violentamente no freio na tentativa de corrigir a rota da pista, reduzindo sua velocidade de 307 para 216 km/h em 1 segundo e 3 décimos. Infelizmente, a manobra foi inútil e o piloto não conseguiu realizar a curva Tamburello e atingiu o muro.

Ayrton foi retirado da pista e levado ao hospital Maggiore, que ficava a 35 quilômetros do circuito. Conforme a médica Maria Teresa Fiandri, Senna havia chegado desacordado com apenas um corte na testa.

Às 13:40, horário de Brasília, no dia 1 de maio de 1994, o Jornalista Roberto Cabrini anunciava diretamente do hospital em Bolonha uma notícia que o mundo não gostaria de ouvir:

Neste momento, a médica Maria Teresa Fiandri comunica a todos os jornalistas daqui do hospital Maggiore de Bolonha que Ayrton Senna da Silva está morto. Uma notícia que nunca gostaríamos de dar, morreu Ayrton Senna da Silva.


Não importa quantos anos se passem, Senna sempre será lembrado, um homem que transcendeu os limites do automobilismo e se tornou um símbolo de determinação, paixão e humanidade.
Ao Ayrton Senna da Silva. O nosso muito obrigada!

Foto de: Sutton Motorsport Images

Deixe um comentário

Design a site like this with WordPress.com
Iniciar